Toda leitora ou leitor de romances não
pode se beneficiar desse título até ter lido o livro Orgulho e preconceito da
escritora inglesa Jane Austen. Embora o filme homônimo(na versão legendada)
nada deixe a desejar em comparação com a obra escrita, a supremacia da
narrativa de Austen não é algo que possa ser imitado em pouco mais de duas
horas.
Elizabeth ou apenas Lizzie, a personagem
central da história, é moça voluntariosa, ávida leitora e de bastante opinião
para a sociedade paternalista do século XVIII, segunda filha de um casal que
tem como herdeiras cinco meninas. A mãe de Lizzie passa boa parte da história
desesperada porque quer casar as filhas o mais depressa possível, uma vez que, na sociedade daquela época, não admitia às mulheres receberem a herança do pai,
passando, portanto, os bens ao parente do sexo masculino mais próximo. Lizzie
conhece em um baile Mr. Darcy, merecedor de um parágrafo só seu para melhor
analisá-lo, que se mostra muito orgulhoso e esnobe, e é também riquíssimo.
Como herói romântico, o maravilhoso
Darcy, até hoje inspira a construção de personagens masculinos de livros de
romance. Ele não é um personagem óbvio, as reações dele nunca são previsíveis.
Quando se começa a ler a história, é Bingley que cativa mais admiração.
Entretanto, ao longo da narrativa, Darcy apaga Bingley, a austeridade dele
aliada a opiniões fortes é que conserta o mundo de Lizzie. Ela e praticamente
todas as personagens femininas não o consideram tão bom partido, exceto pelo
seu dinheiro, quanto os outros personagens masculinos, é a sisudez de Darcy que
o torna tão apaixonante. Ele não é o típico mocinho, Darcy é turrão, exigente e
difícil de dobrar, além, claro, de homem de palavra e decisão; qualidades que o
engrandecem diante de heróis românticos de outras histórias.
O modo como Jane Austen estruturou a narrativa
em Orgulho e preconceito é digno de ser mencionado milhões de vezes. Começando
com o título e a alusão que faz a história. Lizzie e Darcy dividem os dois sentimentos ao
longo da narrativa e ora agem movidos pelos dois. Darcy é preconceituoso quando
não aceita o modo de ser da família de Lizzie, julgando-a apenas pelas ações da
mãe e, em determinado momento, é seu julgamento falho que ajuda a afastar a
irmã mais velha de Lizzie, Jane, do melhor amigo dele, Mr. Bingle. Outro ponto
alto de Orgulho e preconceito é quando Lizzie não aceita o arremedo de proposta
de casamento que Darcy faz porque esbarra no orgulho dela. Ao pedi-la para se
casar com ele, Darcy ressalta a ausência de um sobrenome importante e a família
peculiar que a jovem possui.
A
singularidade de Orgulho e preconceito também está em como os personagens
secundários e suas respectivas histórias contribuem para contar a história do casal principal. É um livro sem pontas soltas. Cabe ressaltar,
inclusive, que a graça da história também está em como, ao contrário do que
acontece em muitos livros de romance, o amor do casal principal vai nascendo
aos poucos, sendo estruturado junto com a narrativa.
Orgulho e preconceito é um dos principais
livros do gênero e é um livro inesquecível, tudo que se espera de uma história
de amor está nele. É um livro que não fica devendo em nada e não precisa de
nenhum retoque por isso é um clássico.
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