terça-feira, 1 de julho de 2014

Orgulho e Preconceito: um romance sem retoques


      Toda leitora ou leitor de romances não pode se beneficiar desse título até ter lido o livro Orgulho e preconceito da escritora inglesa Jane Austen. Embora o filme homônimo(na versão legendada) nada deixe a desejar em comparação com a obra escrita, a supremacia da narrativa de Austen não é algo que possa ser imitado em pouco mais de duas horas.
       Elizabeth ou apenas Lizzie, a personagem central da história, é moça voluntariosa, ávida leitora e de bastante opinião para a sociedade paternalista do século XVIII, segunda filha de um casal que tem como herdeiras cinco meninas. A mãe de Lizzie passa boa parte da história desesperada porque quer casar as filhas o mais depressa possível, uma vez que, na sociedade daquela época, não admitia às mulheres receberem a herança do pai, passando, portanto, os bens ao parente do sexo masculino mais próximo. Lizzie conhece em um baile Mr. Darcy, merecedor de um parágrafo só seu para melhor analisá-lo, que se mostra muito orgulhoso e esnobe, e é também riquíssimo.
      Como herói romântico, o maravilhoso Darcy, até hoje inspira a construção de personagens masculinos de livros de romance. Ele não é um personagem óbvio, as reações dele nunca são previsíveis. Quando se começa a ler a história, é Bingley que cativa mais admiração. Entretanto, ao longo da narrativa, Darcy apaga Bingley, a austeridade dele aliada a opiniões fortes é que conserta o mundo de Lizzie. Ela e praticamente todas as personagens femininas não o consideram tão bom partido, exceto pelo seu dinheiro, quanto os outros personagens masculinos, é a sisudez de Darcy que o torna tão apaixonante. Ele não é o típico mocinho, Darcy é turrão, exigente e difícil de dobrar, além, claro, de homem de palavra e decisão; qualidades que o engrandecem diante de heróis românticos de outras histórias.
      O modo como Jane Austen estruturou a narrativa em Orgulho e preconceito é digno de ser mencionado milhões de vezes. Começando com o título e a alusão que faz a história.  Lizzie e Darcy dividem os dois sentimentos ao longo da narrativa e ora agem movidos pelos dois. Darcy é preconceituoso quando não aceita o modo de ser da família de Lizzie, julgando-a apenas pelas ações da mãe e, em determinado momento, é seu julgamento falho que ajuda a afastar a irmã mais velha de Lizzie, Jane, do melhor amigo dele, Mr. Bingle. Outro ponto alto de Orgulho e preconceito é quando Lizzie não aceita o arremedo de proposta de casamento que Darcy faz porque esbarra no orgulho dela. Ao pedi-la para se casar com ele, Darcy ressalta a ausência de um sobrenome importante e a família peculiar que a jovem possui.
   A singularidade de Orgulho e preconceito também está em como os personagens secundários e suas respectivas histórias contribuem para contar a história do casal principal. É um livro sem pontas soltas. Cabe ressaltar, inclusive, que a graça da história também está em como, ao contrário do que acontece em muitos livros de romance, o amor do casal principal vai nascendo aos poucos, sendo estruturado junto com a narrativa.

     Orgulho e preconceito é um dos principais livros do gênero e é um livro inesquecível, tudo que se espera de uma história de amor está nele. É um livro que não fica devendo em nada e não precisa de nenhum retoque por isso é um clássico.

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