Não
é de hoje que muitas instituições religiosas ganham destaque na mídia por
tocarem em assuntos que a pós-modernidade não quer mais discutir, citando alguns: divórcio, aborto, e o já senil métodos contraceptivos.
Entretanto, a instituições religiosas cristãs, leia-se as protestantes em
particular, também têm temas que são intocáveis porque entendem que não são
questões doutrinárias, mas de leitura bíblica. Não é raro a sociedade secular,
em suas contestações, citar o dízimo como um dos principais defeitos das
religiões cristãs.
É obvio que a igrejas, como qualquer outra
instituição, têm contas a pagar e é mais do que natural que os membros
contribuam para sua manutenção e também para a ajuda aos mais necessitados, uma
das marcas do caráter cristão. O que a sociedade secular confunde, com toda
razão, é o absurdo que algumas instituições religiosas evangélicas prometem
quando insistem em pedir mais e mais dinheiro, chamado por algumas como oferta
de amor, sacrifício pessoal, missões etc. Algumas dessas igrejas propoem,
inclusive, que se a pessoas dobrarem sua ajuda financeira, o que chamam de
ousar na fé, serão mais abençoadas, terão seus filhos libertos da droga, seus
casamentos restaurados, doenças curadas, empregos com salários mais altos etc.
Tampando os
ouvidos para as críticas do secularismo, que têm um fundo de verdade, mas vem
cercadas de intolerância e generalismo, muitas igrejas têm dado ao mundo um
péssimo exemplo de Cristianismo e oferecido aos seus membros uma religião
apenas, cuja principal tônica é: é possível comprar o favor de Deus. Em outras
palavras, nas entrelinhas dessas atitudes, entende-se que é uma religião onde
os membros são clientes e, como a máxima popular defende, o cliente sempre têm
razão.
Uma das
consequências de uma fé comerciável é que seus adeptos pouco ou nada sabem do
autêntico Cristianismo. Em parte alguma da Bíblia, Jesus promete uma vida de
facilidades e desejos satisfeitos, porém está é a ideia que essas denominações
pregam. Provavelmente, por isso que em cada esquina há uma igreja, para que o
membro, ou cliente, encontre aquela que mais se identifica, isto é, aquela que
mais o AGRADA.
Os comerciantes
fazem propagandas exatamente para atrair fregueses. Capacitam funcionários para
que estes aprendam a tratar o cliente, pois cliente SATISFEITO retorna para
comprar mais e ainda indica a loja para outras pessoas. Aqui nasce mais um dano
desse tipo de instituição religiosa que tem “milagres” para vender; ela não se
preocupa com o que a Bíblia diz, ela não ensina ao povo como um cristão
verdadeiro deve se comportar. Pelo contrário, ela diz aos seus membros que Deus
tem a obrigação de abençoá-lo, diz que quanto mais dinheiro “sacrificar” no
altar, mais Deus fará.
A marca da
apostasia na atualidade é disseminar um Cristianismo que não forma cristãos, mas
forma frequentadores de uma religião que balança na frente deles uma vida de
facilidades. Essa apostasia é tão grande e está tão presente no meio evangélico
que muitas pessoas não veem mais o engodo que têm comprado. Denominações que distorcem o Cristianismo para
que suas meia-verdades passem como bençãos têm feito nascer uma “igreja”
politicamente correta.
A “igreja”
politicamente correta é aquela que se apropria do discurso secular e o pincela
com trechos bíblicos fora de contexto, o objetivo dessa denominação não é mais
fazer frente ao mundo que perece, mas é vestir uma máscara de respeitabilidade
e dizer o que o cliente/membro quer ouvir. Não é de se admirar que os cantores
gospel tenham, nos últimos anos, conseguido lugar até em emissoras de tv que
cansam de apoiar uma moralidade relativista. Sob o versículo bíblico que virou
bordão, “não julgueis para que não seja julgado”, muitos cristãos comprometidos
têm abandonado igrejas evangélicas por não encontrarem lá mais do que traços do
Cristianismo autêntico.
Cabe lembrar que
a Igreja Protestante nasceu como oposição à comercialização de relíquias
religiosas que a Igreja Católica de então fazia, mas algumas denominações
evangélicas não cansam de fazer o mesmo. Além de comercializar a fé, dar todas
razão aos seus membros/clientes, a “igreja” politicamente correta financia shows,
eventos, cantinas, festas gospel variadas, tudo para atrair o cliente, tudo
para deixar a “religião” mais agradável aos jovens. Métodos carnais pululam
dentro de algumas igrejas, fato que além de ofender a Deus, ofende aqueles que
têm compromisso com Jesus Cristo.
Nem como sistema
éticos a “igreja” politicamente correta serve, porque valores cristãos também
não são ensinados. O culto nada mais é do que uma forma de massagear egos,
criar emocionalismo e arrecadar dinheiro. A oração e a leitura bíblica não
atraem adeptos, então são deixados de lado. É uma igreja de discursos bonitos, palavras
banais, nela não existe a palavra pecado, o nascer de novo citado por Jesus
Cristo nunca é levado a cabo porque as pessoas não ouvem sermões de contrição,
só recebem conforto e promessas de dias melhores. Essas instituições não ensinam
que o arrependimento e a salvação são os maiores milagres que um cristão
recebe. Pelas mil e uma bênçãos que prometem, não é de se estranhar que o
protestantismo brasileiro tenha tantos novos adeptos. Qualquer dia, as igrejas
cristãs também terão seus crentes não-praticantes. Uma igreja assim não pode
ser a noiva de Cristo.
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