quarta-feira, 9 de julho de 2014

Jogos vorazes – o livro e os filmes (SPOILER)




     Dia desses, escrevi sobre A culpa das estrelas e esqueci que a trilogia Jogos Vorazes é digna de ser comentada. Jogos Vorazes é mais um livro para jovens que se diferencia de tantos outros do mesmo segmento pela sua capacidade de entreter e ao mesmo tempo sugerir uma crítica da sociedade atual. Trazendo um ambiente pós-revolução, A Panem, o país descrito nesse livro, foi dividida em treze distritos e teve sua democracia enterrada pelo principal deles, chamado Capital. Para lembrar da guerra civil de outrora, há uma disputa entre os distritos, os jogos vorazes, em que um menino e uma menina de cada localidade é escolhido para se enfrentar em uma arena, de onde somente um deles sairá vivo. Katniss, a personagem principal, oferece-se no lugar da irmã caçula para enfrentar os jogos.  Sem dúvida, uma das melhores partes do livro é o caráter da personagem Katniss, em primeiro lugar, ela não é uma menina comum. Katniss sempre sustentou sua casa e não é novidade para ela enfrentar obstáculos, além da coragem, a personagem, com pouco mais de dezesseis anos, faz uma reflexão implacável da sociedade. Esse fator sozinho já faria a história notável, entretanto, além da crítica contundente das pessoas e os valores vigentes, ela ainda se vê divida entre o amor do seu melhor amigo  e do seu par nos jogos, Peeta. O que o leitor agradece porque é a única hora que não está sufocado pela pergunta “Qual o próximo desafio?”. Este livro traz, inclusive, muitas cenas de ação e exige um leitor que as imagine à altura. É uma história para quem gosta de pensar.
      A autora, Suzanne Collins, tal qual John Green, caprichou no delineamento da personalidade de cada personagem, eles não são adolescentes bobos  e estereotipados, muito pelo contrário, caminham longe do lugar-comum e hora nenhuma se tornam clichês.  Collins não perdeu o foco na narrativa e não teve pena dos personagens, embora seja uma história de ficção, o sofrimento é palpável. Ela também não teve dó do leitor, sua proposta não era só contar uma historinha romântica, mas mostrar o preço pago quando se assume responsabilidades. Para quem não leu o livro, o que eu aconselho fazer porque é uma ótima leitura, os filmes estão excelentes e bastante fiéis à obra escrita. O clima tenso é o mesmo, a sensação de encravar os dedos na cadeira pela emoção também. Todos os atores estão ótimos. Agora é esperar a adaptação para telona do último livro da trilogia Jogos Vorazes, A esperança (o trailer está disponível), cujo enredo faz qualquer um chorar, pensar e se surpreender.

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