Dia desses, escrevi sobre A culpa das
estrelas e esqueci que a trilogia Jogos Vorazes é digna de ser comentada. Jogos
Vorazes é mais um livro para jovens que se diferencia de tantos outros do mesmo
segmento pela sua capacidade de entreter e ao mesmo tempo sugerir uma crítica
da sociedade atual. Trazendo um ambiente pós-revolução, A Panem, o país
descrito nesse livro, foi dividida em treze distritos e teve sua democracia
enterrada pelo principal deles, chamado Capital. Para lembrar da guerra civil
de outrora, há uma disputa entre os distritos, os jogos vorazes, em que um
menino e uma menina de cada localidade é escolhido para se enfrentar em uma
arena, de onde somente um deles sairá vivo. Katniss, a personagem principal,
oferece-se no lugar da irmã caçula para enfrentar os jogos. Sem dúvida, uma das melhores partes do livro
é o caráter da personagem Katniss, em primeiro lugar, ela não é uma menina
comum. Katniss sempre sustentou sua casa e não é novidade para ela enfrentar
obstáculos, além da coragem, a personagem, com pouco mais de dezesseis anos,
faz uma reflexão implacável da sociedade. Esse fator sozinho já faria a
história notável, entretanto, além da crítica contundente das pessoas e os
valores vigentes, ela ainda se vê divida entre o amor do seu melhor amigo e do seu par nos jogos, Peeta. O que o leitor
agradece porque é a única hora que não está sufocado pela pergunta “Qual o
próximo desafio?”. Este livro traz, inclusive, muitas cenas de ação e exige um
leitor que as imagine à altura. É uma história para quem gosta de pensar.
A autora, Suzanne
Collins, tal qual John Green, caprichou no delineamento da personalidade de cada personagem, eles não são adolescentes bobos
e estereotipados, muito pelo contrário, caminham longe do lugar-comum e
hora nenhuma se tornam clichês. Collins
não perdeu o foco na narrativa e não teve pena dos personagens, embora seja uma
história de ficção, o sofrimento é palpável. Ela também não teve dó do leitor,
sua proposta não era só contar uma historinha romântica, mas mostrar o preço
pago quando se assume responsabilidades. Para quem não leu o livro, o que eu
aconselho fazer porque é uma ótima leitura, os filmes estão excelentes e
bastante fiéis à obra escrita. O clima tenso é o mesmo, a sensação de encravar
os dedos na cadeira pela emoção também. Todos os atores estão ótimos. Agora é
esperar a adaptação para telona do último livro da trilogia Jogos Vorazes, A
esperança (o trailer está disponível), cujo enredo faz qualquer um chorar,
pensar e se surpreender.
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