quinta-feira, 26 de junho de 2014

Um porto seguro (Nicholas Sparks): o livro e o filme - SPOILER




 

Um porto seguro (Nicholas Sparks): o livro e o filme  - SPOILER

     Quem gosta de ler romances está sempre atenta às produções de Nicholas Sparks. Os livros dele, no momento, são os melhores do gênero, uma vez que, na maioria das vezes, ele cumpre a missão a que se propõe: contar uma bela história de amor, e não tornar a história ao passar das páginas, como vem pululando no mercado editorial ultimamente, mera narrativa erótica.
     Perdendo somente para os excelentes Um amor para recordar e Diário de uma paixão, Um porto seguro conta a história de uma jovem mulher que ao se casar descobre que seu marido é autoritário e possessivo e aos poucos vê-se destituída da sua personalidade, tornando-se cativa em sua própria casa. Aos poucos, ela toma coragem é consegue fugir, muda de nome e de cidade. Entretanto, o marido possessivo, mesmo passado bastante tempo, continua a procurá-la.
    Nesse livro, Sparks alcança novos patamares, pois a história não é linear e o narrador é imprevisível quanto ao que contará de cada uma das personagens. Embora o conceito da história seja o mesmo, isto é, mulher encontra homem que a ajuda a resolver seus problemas, a forma que a narrativa é contada é apaixonante, e acaba cativando o leitor. O viúvo Alex, por exemplo, é muito bem delineado e sua personalidade faz com que o livro ganhe pontos extras, porque ele também precisa ser salvo. Alex também precisa deixar o passado para trás, como Katie, a mulher que fugiu do marido agressor. Outro ponto positivo é que Alex é fascinante, beira a um Mr, Darcy moderno.
      Infelizmente, não se pode dizer o mesmo do filme. É mais uma daquelas produções cinematográficas que não conseguem capturar a história e só é agradável para quem não leu o livro e não se apaixonou por ele. Os atores do filme não formaram um belo casal e o ator que corporifica Alex, embora bonito, não convence.
    Voltando ao livro, Um porto seguro é uma das histórias de Sparks mais bem contada, porém o final é um tanto discutível, beirando ao estranho porque traz à baila assuntos metafísicos que não acrescentam nada à narrativa. Ao término da história, o leitor, depois de receber várias pistas sobre o assunto, (não) se surpreende ao saber que a amiga que Katie fez é na verdade o espírito da mulher do Alex. Provavelmente, Sparks acrescentou à narrativa esse detalhe (!!!!) para intensificar a crença de que existe uma força regendo o encontro de mulheres e homens. Se o leitor consegue perdoar esse deslize, concordará que a história é muito boa e cria suspiros até a última página.


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