sexta-feira, 20 de junho de 2014


A culpa é das estrelas - livro e o filme (SPOILER)

Sem dúvida, o grande mérito de John Green ao escrever o livro A Culpa é das estrelas é não tratar o adolescente como bobo, oferecendo uma narrativa em que o jovem é estereotipado e só se interessa por bebidas e baladas (como a Talita Rebolças faz). Green não subestimou a capacidade intelectual do jovem leitor mostrando apenas o cotidiano e dramas típicos da puberdade. Só nisso, ele faz jus a todo o seu sucesso. Obviamente, pululam no cinema histórias de amores interrompidos por doenças, cabe lembrar do médio Love Story e do excelente Um amor para recordar. Entretanto, a peculiaridade de A culpa é das estrelas é apresentar uma narrativa baseada em problemas verossímeis, em uma época em que está na moda histórias fantásticas (vampiros, zumbis, bruxos etc). Quanto ao filme, não ficou devendo nada ao livro. O diretor conseguiu imprimir à versão cinematográfica toda a intensidade do livro. Está tudo lá: a pureza, a doçura, a delicadeza e o carisma da escrita. E falando em carisma, cabe ressaltar a simpatia do jovem ator que corporificou o charmoso Gus. A câmera ama esse garoto, ele não tem a beleza que sempre se vê em filmes desse gênero, porém está tão à vontade no papel que quando ele sorri, leva o público a rir junto e acontece o mesmo quando chora. Sendo leitora assídua de literatura e de leitura para entreterimento (como chamo livros desse tipo), fiquei satisfeita com a adaptação para telona. Vi gente (adulta) chorando para valer, não chorei porque já tinha chorado o suficiente quando li o livro (rs). O livro pode ter se tornado modinha, mas é uma modinha que vale a pena porque está repleto de referências literárias importantes que só leitores razoáveis conseguem entender; outro ponto a favor do livro é que as metáforas presentes nele precisam ser ruminadas para serem compreendidas. Enquanto professora fico satisfeita quando um livro está na moda, pois tenho sempre a esperança de que os meus alunos se tornem leitores tendo esse tipo de livro como pontapé inicial. Sem mais, cabe lembrar: "O mundo não é uma fábrica de realização de desejos." O.K?

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