A culpa é das estrelas - livro e o filme (SPOILER)
Sem dúvida, o grande mérito de John Green ao escrever o livro A Culpa é
das estrelas é não tratar o adolescente como bobo, oferecendo uma
narrativa em que o jovem é estereotipado e só se interessa por bebidas e
baladas (como a Talita Rebolças faz). Green não subestimou a capacidade
intelectual do jovem leitor mostrando apenas o cotidiano e dramas típicos
da puberdade. Só nisso, ele faz jus a todo o seu sucesso. Obviamente, pululam no cinema histórias de amores interrompidos por doenças, cabe
lembrar do médio Love Story e do excelente Um amor para recordar.
Entretanto, a peculiaridade de A culpa é das estrelas é apresentar uma
narrativa baseada em problemas verossímeis, em uma época em que está na
moda histórias fantásticas (vampiros, zumbis, bruxos etc). Quanto ao
filme, não ficou devendo nada ao livro. O diretor conseguiu imprimir à
versão cinematográfica toda a intensidade do livro. Está tudo lá: a
pureza, a doçura, a delicadeza e o carisma da escrita. E falando em
carisma, cabe ressaltar a simpatia do jovem ator que corporificou o
charmoso Gus. A câmera ama esse garoto, ele não tem a beleza que sempre
se vê em filmes desse gênero, porém está tão à vontade no papel que
quando ele sorri, leva o público a rir junto e acontece o mesmo quando
chora. Sendo leitora assídua de literatura e de leitura para
entreterimento (como chamo livros desse tipo), fiquei satisfeita com a
adaptação para telona. Vi gente (adulta) chorando para valer, não chorei
porque já tinha chorado o suficiente quando li o livro (rs). O livro
pode ter se tornado modinha, mas é uma modinha que vale a pena porque
está repleto de referências literárias importantes que só leitores
razoáveis conseguem entender; outro ponto a favor do livro é que as
metáforas presentes nele precisam ser ruminadas para serem
compreendidas. Enquanto professora fico satisfeita quando um livro está
na moda, pois tenho sempre a esperança de que os meus alunos se tornem
leitores tendo esse tipo de livro como pontapé inicial. Sem mais, cabe
lembrar: "O mundo não é uma fábrica de realização de desejos." O.K?
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