Não precisa
procurar muito, é só ligar a tv ou passear pelas redes sociais, sem dúvida, a palavra
mais mencionada é AMOR. Não se passa um só dia sem falar nele, pensar nele,
evocá-lo em situações diversas. O amor é o sentimento mais almejado, quem não o
tem, está sempre à procura dele. Ele é cantado por poetas e cantores, analisado
por filósofos, debatido em uma roda de amigos no fim de semana e o assunto
principal das novelas, de vários filmes de bilheterias de sucesso. Sua ausência é o motivo do caos no mundo, não
é raro alguém dizer, ao témino de uma notícia horripilante da tv: “ Isso é
falta de amor ao próximo!”. O amor é o sentimento mais belo, Luther King em um
dos seus sermões, citou e explicou as facetas do amor: ágape, eros, fhilos,
para tentar aplacar o ódio dos racistas.
Por ser tão
popular, o amor é quase uma divindade, dizem que ele pode mudar o mundo. Até
alguém totalmente descrente acredita na suposta força motriz do amor para
estabilizar qualquer situação. O amor, como dizem, é uma força poderosa.
Entretanto, muitas pessoas justificam suas ações apelando para a autoridade que
o amor tem enquanto sentimento mais
bonito. Alguns criminosos tentaram atenuar seus crimes porque agiram em nome do
amor. Pense em um cônjuge, que ao saber da traição da esposa, a espanca dizendo
que sua ação é nascida do amor que tem por ela, que assim o faz por não poder
viver sem ela. Shakespeare fez o personagem Otelo praticar semelhante ato,
quando, envenenado por calúnias, matou Desdêmona; impressionante o fato e propício
para uma reflexão literária, que o escritor não deixou dúvidas sobre a
autenticidade do amor do mouro pela jovem assassinada.
Do amor se espera
muito, não é de se estranhar que ele seja usado como desculpa para atos que
levantam questões morais. Um marido, por exemplo, justifica sua infidelidade,
dizendo que começou a amar outra mulher e que por isso abandonará seu lar, esposa
e filhos, uma vez que não tem culpa de possuir tal sentimento. Uma mãe dá seu
bebê em adoção por amor. Um pai é exigente com os filhos por amor. Por amor, os
pais aceitam as escolhas erradas dos filhos. Por amor, dizem a verdade; por
amor é preciso mentir. Até que ponto o amor pode ser justificativa para todas atitudes? O amor tem
um limite?
Quando as pessoas
falam sobre o amor é como se falassem do próprio Deus, e, suas atitudes, se
feitas em nome do amor, devem ser perdoadas ou atenuadas. Porém é preciso fazer
uma distinção aqui: Deus é amor, mas o amor não é Deus. O amor não é um
sinônimo para Deus, por isso ele não pode ser um subterfúdio para qualquer ação
humana. Obviamente, Deus é amor ( 1João
1:8 ), mas Ele também é justiça,
bondade, graça, misericórdia, perdão... Comparando, uma mesa pode ser azul, mas
o azul não é uma mesa. Da mesma forma que uma mulher pode ser mãe, filha,
amiga, esposa, professora, advogada. Todas as características dela em conjunto
a definem, separadas não a formam completamente.
Dar ao amor o
status de Deus é ignorar que existem mandamentos que devem reger as ações
humanas. Uma ação não é melhor
moralmente porque o sentimento amor existe.
O amor é um sentimento bonito, mas a justiça não fica muito atrás. E o
que dizer da misericódia? Todos os outros sentimentos carregam um pouco de
amor, alguém pode objetar, mas isso não faz dele o melhor sentimento. Atribuir ao amor capacidade de justificar
pecados é anular o sacrifício de Cristo (
Fil 2:8 ). Apelar para o amor
como justificação de erros ou como crivo de atitudes é ser guiado por um
sentimento que facilmente pode ser confundido com paixão, que é passageira e
condicional.
O amor, por mais puro que seja, não é Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário